Andava ocupada, entre colunas de mármores e papéis, quando um anjo de cachos dourados abriu meu coração e me fez viajar ao mundo encantado. Lá, fui formiga e gigante, girafa, coelho e nuvem; fui até estrela cintilante. Tantos bichos, tantas coisas que fui me acostumando a esse não ser. Lá, conheci outros iguais que, tão diferentes de outros tantos, por lá resolveram ficar. O mundo de concreto ainda me chama, mas, quando o dia finda, e a alma se liberta, tomo de empréstimo as asas dos pássaros para voltar a ser criança.